sexta-feira, maio 27, 2011

Desolado

Desolado percorro os dias por desfastio
os dias correm celeres e não os consigo agarrar
Tenho o meu filho como porto
deste mar agitado

Que desilusão matou esta vontade de enfrentar a raiva do vento ?
Quero abanar esta quietude
Revoltar-me contra este eu que se agrilhoa
Não me quero sentir como cão abandonado

O meu choro é um rio a correr para o mar
O meu corpo está inerte em busca de outro corpo

( escrito em 31 de Março de 2011 )

quarta-feira, maio 25, 2011

para ti

Sinto uma mão no meu corpo
Feita brisa no mar chão
afago o teu ventre com mãos de seda

acordamo-nos ao de leve
com sussurros de amor
Beijamo-nos com ardor
e amamo-nos ao som daquele tango

Olhamos pela janela
A planície estende-se para além do Alqueva
os nossos corpos aconchegam-se no calor
e as nossas bocas tocam-se

parabéns

E o Bob Dylan fez 70 anos
Quem diria que ainda está por ai a cantar
do poeta de contestação ( seguidor de Woodie Guthrie )
ao ultra conservador e crente
Do acústico ao eléctrico
O vento continua a soprar para este cantautor
pena que o dinheiro tenha feito algumas mudanças
e que já não acredite que por mais anos que lutemos
haveremos de conseguir chegar a ser HOMENS
Os tempos estão realmente em mudança,
mas como muitos ele também mudou com os tempos
Mas enfim, será mais um jovem para sempre
E um poeta que consegue falar do que nos rodeia
Gostava de o ver de novo a cantar com sentimento alguns dos poemas que escreveu
Gostava que com 70 anos tivesse finalmente sido um HOMEM
Mas infelizmente desses há poucos
Mais uma vez Zeca grande HOMEM

domingo, maio 15, 2011

Ao Zeca com um abraço solidário

Sinto o vento que corre
Nestas planícies desertas
Neste país que morre
Por entre promessas

Vêm de fora com mão leve
E sugam os restos do que já fomos
juntam-se aos boys no festim
ficam as sobras do que somos

São gulosos os senhores
Temos que os enfrentar com força
Antes que nos reduzam sem dores
A um rebanho inerte e mudo

Façamos do hino verdade, agora!
Contra eles marchemos
Voem os traidores janelas fora
Quais Vasconcelos ao vento

O futuro será sempre o fruto
Do que hoje plantarmos