quarta-feira, julho 29, 2009

A palavra

A palavra segue veloz
na ponta deste teclado, desta língua
com o vento de feição
com a companhia do sol
Ela vai veloz e contundente
dizer o quanto de amo pelas cearas
fazendo crescer as papoilas
dobrando de prazer os chaparros
fazendo assobiar os canaviais

A palavra soprada no ouvido
amante discreta da noite
em que gemendo baixo
vamos sussurrando que é belo
este amor que nos une
Esta paixão que consome
quem tão distante parece
Amar de cabelos ao vento
Nas amarras do silencio
Amar sem saber do tempo
pelas dunas da memória

Amar quem e porquê ?
se no fundo o medo transparece
Funde-se com as ondas que nos invadem o corpo
quando deitados na areia
dormimos sem dar pela maré

Ai estas esquinas da amargura
que nos devolvem
à tona desta água revolta
Deste mar tão imenso