segunda-feira, junho 26, 2006

A culpa é do melro

Nestes dias de verão
em que as nuvens descem do céu
os pássaros cantam o nascer do sol
no vasto olival

O teu corpo estará nestes dias
ansioso do meu corpo tão carente
a tua boca da minha
como eu do teu abraço

E o sol que se recusa
a encurtar a distância
a lua que se recusa
a iluminar os nossos corpos suados

Vem amor receber-me
receber em ti

O verão será nosso
acordaremos ao canto dos melros
os corpos suados
de uma noite saciados.

(26.06.06)

3 comentários:

Anónimo disse...

Poder-se-ía quase acreditar que é um poema de amor, o que levaria por um linear silogismo à prova da existência do ... amor. Mas, com mais atenção, percebe-se que o poema canta os homens e mulheres que se chamam uns aos outros "meu amor", os homens e mulheres que fazem ... amor? Poema sábio, assim sendo!


Pelo poema ontem escrito um abraço de lua escondido num olival de prazer

AnaCristina disse...

Lindissimo...

Anónimo disse...
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