Há dias assim, o sol desponta no horizonte
os melros cantam no jardim
vejo-te recortada na luz da janela
acaricio-te os cabelos e estremeces
falo-te
dos anos sem cabelo para acariciar
dos tempos sem melros lá fora
da ternura
do teu olhar
dos dias que faltam no passado da nossa amizade
falas-me te ti
com pudor
mas sempre com esse olhar terno
de quem descobre quem sou
falo-te do que pode ser o futuro
que dizes recear
falo do derrubar de muros
pedes-me ternura e compreensão
tempo, como o inverno não da lugar ao verão
beijo-te os cabelos e seguimos lado a lado
continuando a conversa que temos
em atraso desde a infância
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