terça-feira, maio 29, 2012

a silhueta

De repente uma esquina
O vento dobra-a na sua raiva
e surge uma silhueta

De repente a vida parece renascer
Mas a esquina teima em ser dobrada
e surge a raiva

De repente calam-se os melros na noite
e a silhueta esfuma-se no vento
Qual nuvem

De repente pensamos que mesmo assim
Nesta busca de esquinas
Neste soprar do vento
Podemos não saber ler os outros lábios
Podemos não saber ouvir
Podemos não saber perdoar

De repente a silhueta magoa
sopra dentro de nós o frio
de uma razão que julga sua
de uma dureza de quem não erra

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