sábado, maio 16, 2009

A raiva

a raiva que todos os dias solto
nas palavras que o vento leva
Nas palavras que escrevo
quando só

a raiva do vento quando nos colhe
entre duas ruas do destino
entre as esquinas que dobramos
entre as pedras da calçada percorrida

a raiva de não dizer não
quando o não é o que sinto
para
quando o que sinto é que pares

a raiva de não poder mudar o mundo
neste frenesim de loucura

a raiva de não haver uma palavra doce
quando sentimos que amamos
quando sentimos que desejamos

a raiva de a ter por palavras, por gestos
quando a vida nos trouxe já situações infames

( hoje está sombrio , o sol não quer aparecer
se calhar o vento na sua raiva está a fazer das suas )

2 comentários:

Carla disse...

Depois de ler e reler a tua poesia acho que realmente estás a precisar de uma companhia que apazigue a tua solidão.

Gosto imenso da maneira como expressas os teus sentimentos.

Beijinho com carinho

Anónimo disse...

Olá Fernando, eu compreendo que te sintas só, eu também me sinto às vezes, mas não sintas raiva.
Um beijo carinhoso