quinta-feira, maio 04, 2006

Quando o cinzento do céu nos invade
E nem um raio de sol consegue um sorriso
Quando tu ficas longe
Sem saber onde ando e que fazer
Então olho para o teu retrato
Penso no meu filho
Saio para a rua a gritar
Até desvanecer toda a melancolia

Ontem quando acordei o sol lá estava
cumprindo a sua missão
A cotovia cantava no olival
O resto era silêncio
O silêncio que todos os dias tenho dentro de mim
Onde andas amor distante ?
Onde fazes carinhos de arrepiar ?

Grito no escuro e não se ouve
Falo com o teu retrato e nem um ai
Só a cotovia me ouviu
Só o vento lá fora assobiou

Amanhã hei-de olhar a rua
e encontrar os raios de sol
que me aqueçam a alma
e este corpo abandonado.

3 comentários:

Anónimo disse...

Quem é ela? Porque ela existe, se olha para o retrato é porque já a encontrou

Anónimo disse...

Às mulheres k gritam ao vento de dor e solidão foram homens k as marcaram, com tinta invisível e indelével, de cor triste, e aos homens k gritam outra dor e outra solidão (a mesma?...) foram mulheres k lhes imprimiram em letras de fogo marcas de triste tom. Como corolário deste axioma há um teorema preverso k não pretendo demonstrar mas cuja validade universal está comprovada no fundo de mim:
Quem grita dificilmente ouve outra voz e, se a ouvir e for um grito, como aceitar o risco de partilhar essa voz com o grito k a define?

Obrigada pelas lágrimas desta noite face a um "caminho tão estreito e cheio de escolhos (que)
não me deixa sossegada".
Mas é sempre possível pensar k é possível que o Sam toque outra vez ...

AnaCristina disse...

Tanto sofrimento...
Ela andará por aí...
Gritando podes não a ouvir aproximar-se!